sexta-feira, 26 de junho de 2009

Viver o momento


Quando a vida nos corre bem, ou quando pensamos que nos corre tudo bem depois de uma passagem mais "dificil", sentimo-nos tão vivos que todas as sensações nos querem sair pelo peito, é tão maravilhosa essa sensação... quase sempre acontece por causa de algo considerado de fútil, é claro que estou a falar de dinheiro.
A tal sensação maravilhosa apareceu de novo hoje por duas vezes em situações distintas, a primeira, ao ver o meu filhote de 2 anos e meio a dançar na sala enquanto via e ouvia as canções dos patinhos, aquela alegria é contagiante, pura, sem problemas nem complicações, naquele momento senti-me realmente vivo sem os problemas criados pelos nossos pensamentos desequilibrados e sem senso! Era o meu caso! Antes de ver a minha conta bancária (que estava a zeros) e ver que já tinha recebido o ordenado. Mas afinal, qual destes dois momentos é realmente mais importante? Tantas vezes me sinto estúpido por certas coisas que penso, mas esta é das mais estúpidas que eu posso ter!
E porquê?
Porque os meus pensamentos foram capazes de estabelecer o mesmo sentimento de suposta alegria em dois acontecimentos completamente distintos e em que um é realmente importante e outro é algo provisório e não cria uma alegria realmente pura e verdadeira!
Não quero entrar em teorias de que o dinheiro não faz ninguém feliz ou que sem dinheiro não era ninguém, dava para fazer um livro e não iria chegar a nenhum consenso. O importante na vida é viver o momento, sejam esses momentos felizes ou menos felizes, viver esse momento é que é importante, mostra que estamos realmente a viver. Todos os dias o meu filho me mostra a vida tal como deveria ser vivida! Enquanto escrevia este texto ele sentou-se ao meu lado no sofá e encostou a sua cabecinha ao meu ombro enquanto cantava os "patinhos", foi um momento em que me senti "vivo".
Diz-se que a vida é feita de momentos!
Precisa-se urgentemente de evoluir como espécie, como ser humano e como ser superior e entender que a vida é feita de um só momento, este que estamos agora a passar! Quando se chegar a esse patamar da evolução humana, vai-se começar realmente a viver, sem pensar, simplesmente viver...!

Ricardo Poeiras

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Beleza da vida


Mais um dia que tudo se parece tal e qual como é…não estou a falar da monotonia do dia-a-dia mas sim da beleza da vida. Hoje foi um dia que quebrei a rotina e fui á loja do cidadão logo de manha, escusado será dizer que é uma enchente, mas o que está em questão não são as filas ou as horas de espera, mas sim, o viver a vida, já pararam e viveram? Eu fiz essa experiência logo pela manha enquanto esperava pela minha vez, estar ali naquele momento enquanto dezenas de desconhecidos passam por nós e sem pensar no tempo, viveres aquele momento em pleno presente, quase que se consegue sentir o que os outros sentem em pleno silêncio do momento, olhar para cada forma geométrica e para cada cor e veres os seus defeitos perfeitos, é um saborear de sensações que formam a vida em toda a sua plenitude.
Já alguma vez paraste para sentires a brisa na cara, ou quando estas em pleno transito olhares para a paisagem e te sentires um só com tudo o que te rodeia, mesmo que a paisagem seja de cidade o que alguns consideram feia, mas de tão feia tem algo de belo que te faz estar ali, não pensando em mais nada só contemplando o que vês, ouves e sentes?!? Já alguém reparou que as coisas que normalmente achamos de “Feias” mexem com os nossos sentidos e sentimentos exactamente da mesma maneira que fosse algo de “Belo”, mas geralmente não ficamos demasiado tempo a olhar para elas como quando olhamos para algo de maior “beleza”. É algo subjectivo, cada ser tem os seus gostos pessoais e sabe distinguir entre o “Feio” e” Bonito”, o “gosto” do “não gosto”, mas será que é o que realmente gosta, ou será manipulado por outros factores externos do viver a vida. Já experimentaram olhar para algo, sem por juízos de valor, críticas ou pensamentos comuns? Se conseguirem por tudo de parte e serem só vocês mesmos e olharem para a vida, será que tem o mesmo valor? O vermelho não deixará de ser vermelho, mas quem antes “não gostava” continua a não gostar, ou vai ficar a render-se á beleza da vida? Parar não é deixar de viver, é deixar a vida vos apanhar para vocês lhe darem uma boleia!

Ricardo Poeiras

Resumo de um título de vidas.

Arranjar um título para um Blogue, é quase tão difícil como para um Livro, não é que vá escrever um Livro, apesar de ter algumas experiências engraçadas mas não seriam muito diferentes das de todos nós.
A minha vida sempre foi “normal” comparada com a de muitos outros, uma boa infância, com boas e más experiências que nos fazem ser quem somos hoje, além que da infância pouco me lembro além de ter sido vivida em plenitude, como a de qualquer outra criança, coisa rara no dia-a-dia de adulto. Mas os melhores anos, ou os anos que marcaram mais, foram estes últimos 10 anos com um oceano de experiências, algumas “frias” outras mais “quentes” que fazem recordar com muito sentimento, algumas lágrimas e um sorriso na cara. Foram anos memoráveis, que não mais vou esquecer, conheci os melhores amigos, e pessoas difíceis de esquecer, quer pelo seu intelectual quer por experiências de vida que nos dão que mais parece que nos marcam com um ferro a arder.
Ainda era no tempo que eu descobria a internet (ainda se usava linha telefónica com impulsos e modem de 56kbps), belos tempos esses… onde ainda tudo era ingénuo e podia-se conhecer verdadeiros amigos, bons amigos, os melhores amigos, daqueles que faziam 30km quase todos os dias para vir tomar um café connosco ao por do sol á beira-mar e discutir sobre a vida em si, amigos que faziam directas a falar sobre a vida enquanto conduziam noite a dentro embrenhados na Serra da Arrábida, ou ainda daquele amigo que nos ia buscar às 7h da tarde para nos levar a jantar á Serra da Estrela porque sabia que nunca lá tínhamos estado antes, falo desses bons amigos. Mas a vida muda, nós casamos (curiosamente conheci a minha esposa no mesmo chat), mudamos a nossa rotina de vida, viramo-nos para um “mundo interior” onde só existe 2 pessoas e todas as peripécias inerentes a um casamento e inconscientemente esquecemo-nos desses amigos, não porque queremos, mas porque o dia não tem 48h…! Aquele agora, passa a passado e o Agora tem menos horas do que desejávamos. E depois temos o privilégio para trabalhar para aquela grande instituição que é o Exército Português, já me vão chamar de maluco, e com toda a razão, mas um maluco saudável, pois acredito que foram 7 anos (e uns trocos) de boas experiências e as más serviram para saborear melhor as boas, conheci pessoas de todos os tipos e feitios às quais aprendi a saber lidar e aprender que todos, mesmo estando escondidos por detrás de uma farda independentemente do posto são grandes seres humanos, por mais que tentem se esconder por detrás das suas mascaras! Posso mesmo afirmar que são melhores que os auto proclamados “civis”, que foi um choque tremendo quando passei á vida civil e tive que ter contacto com todo o tipo de pessoas no dia-a-dia do novo trabalho, é uma selva, onde não existe respeito pelo ser humano e muito menos para o reles “escravo” que tem de os “servir”.
Por vezes dá-me vontade de chorar por ver tremenda maldade, já chorei algumas vezes na minha vida por coisas estúpidas e sem sentido que hoje me rio quando penso nelas, ainda me lembro de chorar baba e ranho por um amigo (curiosamente o mesmo) ter visto a Lista pela internet da entrada para a Recruta obrigatória, ainda me lembro como se fosse hoje, ele ter-me escrito no chat em tom de gozo “Mancebo, vais para a Trafaria! Eheheheheh” e eu do outro lado chorei como se fosse o fim do mundo ou, ainda pior, ter chorado (e não ter sido de alegria), por saber que a minha mulher estava grávida, foi das maiores angústias da minha vida e também a mais estúpida, pois sempre achei que não tinha paciência para crianças e nunca quereria vir a ser pai pois não tinha vocação para tal, mas hoje, passado 2 anos e meio e desde o primeiro momento que o vi, o amor incondicional transpôs todas as barreiras e obstáculos de tal maneira que não conseguiria viver sem ele. E depois há aqueles amigos que nos ensinam com as suas próprias experiências que mostram como o ser humano pode ser tão imprevisível quando toca ao amor, relações de anos se perdem em dias porque finalmente (ou não) um ser se apercebe que não sabe o que significa a palavra amor e agem de maneira tresloucada em círculos elípticos á volta do seu próprio ego enlouquecido e do seu passado que nada importa Agora, é uma loucura causada pelo estar “aqui” embora se deseje estar “lá”. Ou por se estar no presente desejando estar no futuro. É uma divisão que corta a pessoa por dentro. Criar e viver com essa divisão é insano e paranoico.Isto resumindo em pequeniníssimas partes de uma vida que se vive e que mais marcou o Agora não só meu, mas de muitos outros como eu. A experiência da vida ensinou-me que onde quer que eu esteja, que esteja lá por inteiro. Se acho insuportável o aqui e agora e isso me faz infeliz, tenho três opções: abandono a situação, mudo-a ou aceito-a totalmente. Se quero ter responsabilidade pela minha vida, devo escolher um das opções e devo faze-lo no momento. Depois, arco com as consequências. Sem desculpas. Sem negatividades.

Ricardo Poeiras